terça-feira, 13 de agosto de 2013

Céu

Anoiteça aqui
Quando despertar no sonho
Amanheça feliz
Por realizarmos juntos
Você matiz
Como eu bem quis
A colorir
Seu brilho a flecha
Mirando o meu umbigo
Ligando em reta
Fonte e paraíso
Você matriz
Como eu bem quis
A repetir
Só céu e sim

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Sélido (tão sólido quanto o século)

Da nação máxima num século
Ergue a massa íntima o sólido
Ouro na taça! Lata no teto!
Sobe estátua! Cresce o depósito!

Elo paterno em demérito
Gene versus show pré-histórico
Plano tático: torcida estéril
Ágio direto, camisa torta

Você artista em sinal aberto
Lucra por lacre de coca-cola
Sustenta a nata do hemisfério
Levanta castelos com esmola

Explosão extinta do cérebro
Orientação avulsa em mistério
Introduz coragem e remédio!
Que o meu sangue pulsa feérico

Honra-nos guerreira de encélado
Cospe um gêiser se verbo atlético
Seja espelho sueco em progresso
Polo ético em ordem e verso

Grifa a nobreza no planisfério:
_Assista Tom Zé com o seu neto
_Ele vai nos deixar no chinelo

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

À Borboleta

Terreno curto e causa pequena?
Teceu seu casulo com o fio da guerra!
Faltou-lhe chão duro que valesse a pena
É o próprio prumo no vazio da esfera!

Prospera no escuro e reflete ciência
Não converte a brisa em risada amarela
Seus desejos passageiros soam inocência
Mas competem na cadência vívida da serra

Pois enquanto essência sofre de amor
É projétil se a flor produz a cor mais bela
Em radical sutileza dispara iridescente
É crescente àquela luz além dessa janela!

A razão da natureza criou você 
Transformando mísseis em asas abertas
Sua lógica sábia gerou a eloquência
Afinando sequência ao ritmo da Terra

É o próprio prumo no vazio da esfera!
É crescente àquela luz além dessa janela!
É referência, é alimento, é arte em tela!
Afinando sequência ao ritmo da Terra

Pois enquanto essência sofre de amor
É projétil se a flor produz a cor mais bela
Em radical sutileza dispara iridescente
É crescente àquela luz além dessa janela!

sábado, 27 de julho de 2013

Água e Óleo

Vida move pro além essa areia preta
Vestindo o luto da costa inteira
Que a luz mantém suspeita

Mar quebrando aqui

Fe li ci da de
É te fazer fluir

Onda que vai e vem leva a saudade

E devolva a glória do búzio cálido
Guia do meu rosário

Mar quebrando aqui

Fe li ci da de
É te fazer fluir

Onda que cai bem me diz agora

Que o cais dessa rima não demora
Despachar a tristeza

terça-feira, 16 de julho de 2013

Cuidado meu bem (só seja) se não no fim

Cuidado
Pois a vida é mesmo curva
Nada aqui é "mão na luva"
Nunca cessam as derrubadas

Meu bem

Existem sim muitas saídas
Não se encontra em cada esquina
Mas no meio dessa estrada

Só seja

Um pouquinho original
Hoje nem é carnaval
Há só máscara enfeitada

Se não

Mostre-me algum exemplo
Do moderno humanista
Que nos valha perder tempo

No fim

Todo homem é sempre igual
Osso, membro, cara de pau
Descrevendo sua jornada

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Fotossíntese

O sol vibra da fibra
Que o som soa
Ouço a sorte
Da flor

Mas se é canto

De amor
Estou verde à luz
De norte
A sul
Pêlo em folha

Em qualquer estação

Mesmo sem céu azul
Seu grão irmão
Nos dias da carne
A semear

Naves

Navios
Frotas
Insetos
Enquanto o mar
Rimar com fogo
E o ar
Concreto

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Intuição

Caramelo riscado em fundo branco
Sobre a trança arqueada da alamanda
Entre ramas cinzentas empoeiradas
O verde e amarelo-gema da planta

Meu contato nulo filtra seu faro
Sem novelo ou fato na lembrança
Logo em vulto furta-se ao telhado
Para a azulada tarde de andança

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Metafísica Menta-Madeira

Ressonante, frondosa
Oco-fóssil, nogueira
Antes nota de flauta
Que só polpa vermelha
Sendo sombra de porte
Ou buraco de abelha
Sendo rota de bando
Ou só toco-fronteira

Frescas são as róseas

Marcantes são as negras
Macias são as pardas
Tudo menta-madeira

Dentre outras arbóreas

As madeixas-palmeira
Cercam serras risonhas
Zelam bancos de areia
Quantos ventos e glórias
Seu pinheiro almeja?
Porto, costa, machado
Horizontes, geleiras?

Negras são as róseas

Macias são as frescas
Marcantes são as pardas
Tudo menta-madeira

sábado, 6 de julho de 2013

Sorte 2

Encontrar tais flores
Praticar romance
Publicar rumores
Recriar fragrâncias
Enfrentar temores
Desvendar seus lances
Despertar tremores
Preservar-nos antes
Comungar a cura
Restam outras chances?

quinta-feira, 4 de julho de 2013

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Sorte

Tudo o que é preciso há
Um conjunto tão simples
Cabe raso aqui dentro
Mas o mundo é tolo
Nada concreto tenho
Exceto mau exemplo:
Teu poderio impune
Essa vida enlatada
Meu passado infortúnio
Nossa verdade falha

A sorte tem muitos valores

Dançando qualquer dança
A sorte tem todas as cores
Lançando qualquer nuança
A liberdade chegou
Sem jamais ter partido
As ondas do som ecoam
A zona sul não recua
As ondas do som ecoam
A zona sul não recua
As ondas do som ecoam
A zona sul não recua

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Donos do Céu, Heróis do Mar

"Deverão salvar-se homens, virão julgá-los irmãos"

Quando as últimas palavras deixaram aquele rádio

O trauma íntimo do naufrágio emergiu para assolar
Do pó telúrico imaginário originou-se o contágio
Condenando a natureza às correntezas do pesar

Sonhos são miragens que atraem multidões

Toda ilha é um milagre em traiçoeiras águas
Se o paraíso é navegar e resgatar corações
Conquistarei seu céu, sei que não tenho asas

Nem o farol ilustríssimo ergueu-se pragmático

Também a luz do presságio poderá lhe embaçar
Quando ouvir meu tom intruso, portanto, frágil
São os ecos do naufrágio, alguém vai se afogar

Sonhos são miragens que atraem multidões

Toda ilha é um milagre em traiçoeiras águas
Se o paraíso é navegar e resgatar corações
Conquistarei seu céu, sei que não tenho asas

terça-feira, 30 de abril de 2013

Água Menina

Espreita um queixo caindo na esquina
Mas nem beira enquanto se move acima
Conserva um eixo gringo posso ver na ginga
E quando dorme se faz neblina

Da ladeira toda a cidade estiliza

Cachoeira de rua, de praça e avenida

"Mas quanto nome tem: Iemanjá, Mãe, Maria!"

Por onde corre leva alegria
Não dá pra viver bem sem Água Menina
Seu pranto chove paz e harmonia

Da ladeira toda a cidade estiliza

Cachoeira de rua, de praça e avenida


quarta-feira, 24 de abril de 2013

Deus no Éden

Hoje ser Fruto
Talvez Serpente
De manhã Mulher
Homem sempre

_Madeira bruta que já é gente:


_Você mente


_Sê mente!

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Gabou-se reto e concreto

            Zombou

      Do ser
Complexo

Mas no bar foi buscar


A

   b
      s
         t
            r
               a
                  ç
                     ã
                        o

Negou compreender

A beleza  e  o poder
Que oprimia na mão

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Azul e Negro

Sei sua luz
Sei seu enredo
Qual olhar conduz
Qual mete medo
Gosto de tudo
Também do negro
Pois
Nem todo azul
Tão lúcido de sossego
Pôde alcançar o céu
Do seu segredo

sábado, 30 de março de 2013

Sê guiado
Àquele sensato prodígio
De benevolência panteísta
(Intolerante ofídio)
Coral coroada pelo cinismo
O couro simula agora passivo
Da esplêndida farsa
Abafa o sismo
Fera, horda, uivo e silvo
Enfim, regurgito

domingo, 17 de março de 2013

No templo da teimosia

Em noite sem cor
Poesia é "não tem"
Vai raiar seu amor
Se Deus quiser
O dia já vem

Seu calor

Sopra o vento
Corrente a dentro
Chega ao coração
Traz valor
Faz seu templo
Atento ao pulso
Da evolução
Só finge que não

Num jardim sem flor

Poesia é "não tem"
Vai brotar com vigor
Se Deus quiser
Nuvem cheia vem

Vem amor

No seu tempo
Teimosia é poesia


segunda-feira, 4 de março de 2013

UM

Não vê
Colorida
A igualdade
Você
Nem conhece
A saudade
Vivo então
Escravo de ser
Seu menos eu
Mais nada

Só sei

Existir
Nas exatas
Indo
Encontrei
Somas fracas
Só lhe contei

Tentei 

Elevar
Meu número
Zerei
Também
No segundo
Seu menos eu
Mais nada
Só lhe contei

quinta-feira, 21 de junho de 2012

O que escrevo
Sou agora
Símbolos
De traços
Cognitivos
Na teoria
Faço sentido
Pilha
De palavras
Somatórias
Na transparência
Me coro
Da inocência
Que revigora

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Porto Retiro

Do preto
Vem tudo
Tanto querer
Enrijece
Confunde
O simples
Se esquece
Contudo
Abracadabra
O meu retiro
Energia branca
De sonoro ritmo
Branda magia
No porto
Respiro

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Nativo Desejo

De olhos fechados
Canto
E ainda vejo
Dança
Beleza
Espelhos sem fim
Flutua entre o sol e a lua
Um luzidio cortejo de estrelas
Projetando desejos
Sonhos
E beijos em mim

terça-feira, 8 de maio de 2012

Amor verbal

Em cada
Degrau
Um outro
Horizonte
Do início ao
Final
Formou-se a
Ponte
Se forte é
Sinal
Que amou cada
Fonte

Em cada
Fonte
Um outro
Sinal
Do início ao
Horizonte
Formou-se o
Final
Se forte a
Ponte
Amou cada
Degrau

Em cada
Final
Uma outra
Ponte
Do início ao
Sinal
Formou-se a
Fonte
Se forte o
Degrau
Amou cada
Horizonte



segunda-feira, 7 de maio de 2012

Inorgânico Invisível Infinito

O design cura
Mas ilude
A passagem
Da reta pura
Pois se quebra
Num ponto
Que circula
Anula
Tortura
Reconfigura

quarta-feira, 2 de maio de 2012

A Fênix e o Alvo Imaginário (Hara Kalma)

Tem pretas escamas
E pele dourada
O híbrido índio
"Flecha Incendiária"

Um móvel altar
Calçou pela estrada
Esmagando a malária
Feito onça pintada

E se lançou
"Rara Calma"
A lânguida chama
De aura lavada
No rastro da alma



domingo, 22 de abril de 2012

Trabalho do Fruto

Afasto a arma cândida 
Da mão suja
Não faço refém
Nem rasgo carne crua
Minhas sementes
São plásticas
Vingam a linhagem tua
Vão saltar além 
Daquele passo na lua 
Meu êxtase
É programado
Por correntes elétricas
Abnego a condição humana
Visto uma pele sintética
Venero fauna e flora
Isolado na guerra
Assim me regenero
Até o fim da festa

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Desculpa amor
Aqui
Nenhum toque deve ser
Mais sincero que o seu
Próprio
Não suporto sofrimento
Prefiro me transformar
Em símbolos
Pra colecionar
No seu diário

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Gêmeos

Um sereno intenso
Vem calmo e denso
Meu equilíbrio gêmeo
É forte e manso
Chegou imenso
De um jeito que
Não canso