segunda-feira, 27 de junho de 2011

26/06 SP PRIDE 2011

Uma alegria eminente
Raiou da Bela Vista
Asas em plumas incandescentes
Abraçaram a Paulista
Caíram anjos indecentes
Para proteger masoquistas
Que afagaram príncipes inocentes
Na orgulhosa conquista

sábado, 25 de junho de 2011

SEM PONTO

.
O ponto é um círculo infinito
Partícula aberta no possível
É a beira do ridículo
De um final invisível
:
Dois pontos são espetáculos indefinidos
Emancipados pelo ilusionismo
Dois egos feridos do autismo
Em um diálogo inconcebível
...
Três pontos são contos do imprevisível
Anunciados no templo vazio
Sentenciados pelo livre arbítrio
E pelo vício de um tempo lícito

Sem ponto não tem terrorismo
Ninguém censura mito do capitalismo
Não tem palhaço na lama do rio
Nem estilhaço no ombro de Cristo

segunda-feira, 20 de junho de 2011

SOL E ASCENDENTE AQUÁRIO, LUA EM CÂNCER

Reúne o sopro de Deus
Seu Aquário
Oxigênio que hidrata a vida
Derramam lágrimas
Suas cachoeiras
Santuário
Seus iluminados córregos
Avenidas
O mistério da lua lhe confia
Conselhos prateados
Sábios raios de energia
Serpenteia o solo
Sua rebeldia
Transborda no caminho
Sua alegria
Respira comigo
O presente
Que a sua rara fonte cria

A LAVA DA PELE

Aqueceu no delírio febril
Da minha pele
Lava
Senti gelar seu quadril
Pedra
O calor do amor
Não pode esfriar
Fogo
Seu sólido instante
Deve queimar
Minhas florestas são fogueiras
Sua madeira esculpida
Desejo
Incendiar
Nada além à deriva
Trago rochas para esquentar
As labaredas dançam nas curvas
Vão lhe transformar
As cordilheiras derretem no corpo
Vão lhe modelar
Seu morno ferveu
Tem fumaça no ar
Vamos incendiar

quinta-feira, 9 de junho de 2011

UM MERGULHO NO DESTINO

Aqui
A correnteza
Lhe empresta o ritmo
As fortalezas
Tesouros vívidos
Ventos lustram ondas
No azul marítimo
Vem no balanço
Do meu reino líquido
Mergulha que a maré
Inunda seus domínios
Lava sua fé
Fecunda seus princípios
Meu encontro das águas
Tem
Redemoinhos
Que giram do umbigo
Os novos caminhos
Das profundezas
Os sonhos mais lindos
Emergem vitórias
E sorrisos límpidos
Bebam o suco do destino
Façam-se puros
E cristalinos

sábado, 4 de junho de 2011

O BEIJO DE NARCISO

Todo o tempo escondido
Entre os anéis de Saturno
Esculpido por Deus:
Narciso
Meu espelho em energia, órbita e peso
Um microssatélite do início da vida
Transporta a soma e o segredo
Que completam o meu inteiro
Todo o bem e o mal
Em batalhas compridas
Selam a química vibrante do primeiro
Na união perfeita
O beijo da origem
Volúpias iguais das superfícies leais
Em harmonias circulares
Os reflexos colidem
Sentimentos reais e intensidades ideais
As complexidades se anulam
Os espectros exibem 
A paixão das belezas
Eternamente virgens

quinta-feira, 2 de junho de 2011

LUME FIXO

Vem Rei
Meu lume fixo
Agora é hora
Do seu ofício
São 12 chamas
No sacrifício
Do outro lado
Um precipício
Aponta Sol
Seu raio místico
Lança de fogo
Sangue de Cristo
Vem do meu lado
Licor do início
Gota de amor
Melado vício
Lágrimas de ouro no crucifixo
Agora é hora
Do seu ofício
E vai-se embora
Meu lume fixo
Cai sem demora
No precipício
Do outro lado
Mais sacrifício
São 12 lanças
Sangue de Cristo
Vigor da vida
Desde o solstício

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Vem Pã, meu tudo e meu nada, traz o teu tudo na ponta da espada!

Obrigado Pã!
Permaneça presente
Sou tua árvore
Que um dia semente
Sou o "fruto
Do vosso ventre"
Abra a porta
Mas também entre

Vem bonito!
Tem ceia e rito

Da selva o mito
Da fera o grito
Da Terra o infinito
Vem da noite
Vem da manhã
Calor do beijo
Frescor da hortelã
Da cobra o aperto
Da boca a maçã
Do erro o acerto
Virtudes de Pã!

Vem Pã!
Arrepio, quebranto
Da flauta o cio
Da sereia o canto
Vem veludo!
Divino manto
Da Atena o escudo
Do espírito o Santo