sábado, 27 de julho de 2013

Água e Óleo

Vida move pro além essa areia preta
Vestindo o luto da costa inteira
Que a luz mantém suspeita

Mar quebrando aqui

Fe li ci da de
É te fazer fluir

Onda que vai e vem leva a saudade

E devolva a glória do búzio cálido
Guia do meu rosário

Mar quebrando aqui

Fe li ci da de
É te fazer fluir

Onda que cai bem me diz agora

Que o cais dessa rima não demora
Despachar a tristeza

terça-feira, 16 de julho de 2013

Cuidado meu bem (só seja) se não no fim

Cuidado
Pois a vida é mesmo curva
Nada aqui é "mão na luva"
Nunca cessam as derrubadas

Meu bem

Existem sim muitas saídas
Não se encontra em cada esquina
Mas no meio dessa estrada

Só seja

Um pouquinho original
Hoje nem é carnaval
Há só máscara enfeitada

Se não

Mostre-me algum exemplo
Do moderno humanista
Que nos valha perder tempo

No fim

Todo homem é sempre igual
Osso, membro, cara de pau
Descrevendo sua jornada

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Fotossíntese

O sol vibra da fibra
Que o som soa
Ouço a sorte
Da flor

Mas se é canto

De amor
Estou verde à luz
De norte
A sul
Pêlo em folha

Em qualquer estação

Mesmo sem céu azul
Seu grão irmão
Nos dias da carne
A semear

Naves

Navios
Frotas
Insetos
Enquanto o mar
Rimar com fogo
E o ar
Concreto

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Intuição

Caramelo riscado em fundo branco
Sobre a trança arqueada da alamanda
Entre ramas cinzentas empoeiradas
O verde e amarelo-gema da planta

Meu contato nulo filtra seu faro
Sem novelo ou fato na lembrança
Logo em vulto furta-se ao telhado
Para a azulada tarde de andança

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Metafísica Menta-Madeira

Ressonante, frondosa
Oco-fóssil, nogueira
Antes nota de flauta
Que só polpa vermelha
Sendo sombra de porte
Ou buraco de abelha
Sendo rota de bando
Ou só toco-fronteira

Frescas são as róseas

Marcantes são as negras
Macias são as pardas
Tudo menta-madeira

Dentre outras arbóreas

As madeixas-palmeira
Cercam serras risonhas
Zelam bancos de areia
Quantos ventos e glórias
Seu pinheiro almeja?
Porto, costa, machado
Horizontes, geleiras?

Negras são as róseas

Macias são as frescas
Marcantes são as pardas
Tudo menta-madeira

sábado, 6 de julho de 2013

Sorte 2

Encontrar tais flores
Praticar romance
Publicar rumores
Recriar fragrâncias
Enfrentar temores
Desvendar seus lances
Despertar tremores
Preservar-nos antes
Comungar a cura
Restam outras chances?

quinta-feira, 4 de julho de 2013

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Sorte

Tudo o que é preciso há
Um conjunto tão simples
Cabe raso aqui dentro
Mas o mundo é tolo
Nada concreto tenho
Exceto mau exemplo:
Teu poderio impune
Essa vida enlatada
Meu passado infortúnio
Nossa verdade falha

A sorte tem muitos valores

Dançando qualquer dança
A sorte tem todas as cores
Lançando qualquer nuança
A liberdade chegou
Sem jamais ter partido
As ondas do som ecoam
A zona sul não recua
As ondas do som ecoam
A zona sul não recua
As ondas do som ecoam
A zona sul não recua